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Frederico Morais

Os Domingos da Criação
Frederico Morais com Parangolé de Hélio Oiticica, P20 Capa 16 – “Guevarcália”, 1968. Apocalipopótese. Aterro do Flamengo, 1968. Foto Claudio Oiticica. ©César e Claudio Oiticica

FREDERICO MORAIS (Belo Horizonte, 1936) é crítico de arte, historiador e curador independente. Sua trajetória se estende por seis décadas e inclui exposições e eventos de arte no Brasil e no exterior, além de inúmeras publicações e textos críticos sobre arte brasileira e latino-americana. Ator-chave em meio às mudanças radicais na arte e na cultura dos anos 1960 e 70, Morais organizou eventos públicos de arte; foi pioneiro no projeto site specific "Do Corpo à Terra", realizado em 1970; introduziu novas formas de crítica e escreveu uma série de obras audiovisuais. Como coordenador de cursos do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, promoveu o museu como um laboratório vivo, culminando nos acontecimentos participativos conhecidos como Domingos de Criação, ocorridos em 1971, no auge da ditadura militar no país. Além de autor prolífico, Morais foi crítico de arte dos jornais cariocas Diário de Noticias (1966 - 1973) e O Globo (1975 - 1987), e colaborador ativo de inúmeras revistas e periódicos. Posteriormente ao seu trabalho no MAM Rio, Morais também foi curador, diretor e consultor em várias instituições culturais brasileiras. Outros destaques de sua carreira incluem exposições e publicações sobre Arthur Bispo do Rosario, onde Morais teve papel fundamental na divulgação do artista, e seu projeto curatorial para a I Bienal do Mercosul (1997), realizada em Porto Alegre, Brasil, cujo objetivo era reescrever a história da arte a partir de uma perspectiva latino-americana.

Livros publicados

Entre 1962 e 2013 publicou mais de 41 livros sobre arte brasileira e sobre arte latino-americana principalmente na Colômbia, México e Cuba. As principais publicações incluem: Artes Plásticas: a crise da hora atual (1975), Artes Plásticas na América Latina: do transe ao transitório (1979), Guignard (1979), Mathias Goeritz (Universidade Nacional Autônoma do México, 1982), Ramirez Villamizar: construtor de utopias (Museu de Arte Moderna de Bogotá, 1984), Azulejaria Contemporânea no Brasil, 2 vols, (1988-1990), Cronologia das Artes Plásticas no Rio de Janeiro - 1816-1994 (1995), Arte é o que eu e você chamamos arte (1998), O Brasil na visão dos artistas - a natureza e as artes plásticas (2001), João Câmara: Trilogia (2003), Wanda Pimentel (2012) e Arthur Bispo do Rosário - Arte Além da Loucura (2013).

Institucional / Docência

Morais foi coordenador de cursos (1969 – 1971), Unidade experimental (1969-1973) e diretor de artes visuais (1982-84) do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1967-1973), diretor da Galeria de Arte BANERJ, RJ (1984-1986), diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ (1986 -1987), consultor do Instituto Itaú Cultural, (1986-1994), e professor da Escola Superior de Desenho Industrial, RJ (1967-1969), Escola de Comunicação, UFRJ (1969-1970), Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula, RJ (1970), PUC / RJ (1974) e Faculdade de Educação Artística de Niterói (1974-1982).

Projetos curatoriais

Os projetos curatoriais incluem mais de 71 exposições e eventos de arte no Brasil e no exterior, incluindo: "Do ​​Corpo à Terra", Belo Horizonte (1970), Domingos da Criação, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1971), "Entre a mancha e a figura" (MAM- RJ, 1982), "Tempos de Guerra", Rio de Janeiro (1986), "Depoimento de uma Geração", Rio de Janeiro (1986), "Missões 300 anos - a visão do artista", Porto Alegre (1987), "Arthur Bispo do Rosário: registros de minha passagem pela terra" (Rio de Janeiro e outras cidades do Brasil 1989-1990), I Bienal de Artes Visuais do MERCOSUL, Porto Alegre (1997) e "Cildo Meireles: algum desenho", Rio de Janeiro (2005). Morais também foi co-curador de mais de 13 exposições, como "Modernidade: Art Brésilien du 20eme Siècle", Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris (1987) "Brazil Projects, PS-1", Nova York (1988) e "Viva Brasil Viva", Kulturhuset / Liljevachs, Estocolmo (1991).

Trabalhos acadêmicos/publicações sobre Morais

Seu trabalho como crítico e curador já foi tema de artigos, livros, teses universitárias no Brasil e internacionalmente incluindo: Renata Wilner “A experiência dos Domingos da Criação no Museu de Arte MOdern do Rio de Janeiro” UFRJ (1997); Marília Andrés Ribeiro, Neovanguardas: Belo Horizonte - anos 60 (1997), Claudia Calirman, Brazilian Art under Dictatorship 1968-1974, (2012), Tâmara Silva Chagas, “Da critica à nova critica: as múltiplas incursões do crítico-curador Frederico Morais”, UFES, Vitória, (2012); Mônica Hoff Gonçalves. “A virada educacional nas práticas artísticas e curatoriais contemporâneas e o contexto de arte brasileiro”, UFRGS (2014); Renata Marquez et al. Escavar o futuro (2014); Sabrina Parracho Santana “Frederico Morais, os anos 1960 e a vitória do projeto de vanguardas in: Alain Quenin e Glaucia Villas Boas orgs. Arte e vida social: pesquisas recentes no Brasil e na França (2016); Julia Maia Rebouças, “Eis a arte: a atuação do crítico, curador e artista Frederico Morais”. UFMG (2017); Cristiana Santiago Tejo, “A gênese do campo da curadoria da arte no Brasil: Aracy Amaral, Frederico Morais, Walter Zanini” UFP (2017); Jessica Gogan, Domingos da criação: Uma coleção poética do experimental em arte e educação (2017) e Ana Luísa Veliago Costa. "Os sentidos experimentais dos Domingos da Criação" USP (2019).