Frederico Morais: Textos críticos (1968 - 1972)
Frederico Morais é uma figura central para compreender a crítica de arte como um campo expandido no Brasil. Nos anos 60 e 70 organizou eventos de arte pública, foi pioneiro em intervenções site-specific e na proposição de uma nova forma de fazer crítica, realizou audiovisuais e, como coordenador de cursos no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro (MAM-Rio), promoveu o museu como um laboratório vivo. Os textos aqui reunidos, publicados em jornais e revistas da época, apresentam antecedentes importantes para a tessitura dos Domingos da Criação (1971), além de reflexões sobre os eventos e seu legado. Cada texto inclui notas de pesquisa e tradução e também diversas intervenções poéticas, algumas em formato de ensaio (seção Cronocolagem), todo produzido pelo Grupo de los domingos. Todos os textos estão disponíveis também em PDF. Esta seção será atualizada com notas, comentários críticos e intervenções poéticas do Grupo e outros convidades, além de mais textos no futuro.
- Apocalipopótese no aterro: arte de vanguarda levada ao povo, Diário de Notícias (1968)O famoso evento Apocalipopótese (1968), proposto por Hélio Oiticica e cujo neologismo foi criado por Rogério Duarte, fez parte de um conjunto de exposições, manifestações de vanguarda, aulas e atividades organizado por Frederico, sob o nome Um mês de Arte Pública, realizado no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, durante julho de 1968, com apoio do jornal Diário de Notícias. O texto é tanto uma chamada para o evento como um resumo do que vinha acontecendo ao longo daquele mês de atividades.versão online | versão original
- Um laboratório de vanguarda, Diário de Notícias (1969)Anúncio da criação da Unidade Experimental, fundada por Morais juntamente com os artistas Cildo Meireles, Guilherme Vaz e Luiz Alphonsus, como laboratório pedagógico e de vanguarda funcionando como extensão da coordenação de cursos no MAM-Rio.versão online | versão original
- Contra a arte afluente: o corpo é o motor da obra, Revista Vozes (1970)Como um elogio às contra-histórias, ao precário e ao experiencial, este texto pode ser considerado um dos últimos suspiros do projeto de vanguarda no Brasil pulsando, assim, com as tendências experimentais, situacionistas e corporais emergentes na época. Como um grito de resistência frente ao regime militar e seus dispositivos de violência e controle, Frederico defende uma arte de guerrilha em que ações artísticas e ações guerrilheiras se confundem e, de alguma forma, complementam.versão online | versão original
- Plano-pilôto da futura cidade lúdica, Correio da Manhã (1970)Proposta-manifesto para a criação de um museu de arte pós-moderna na qual Morais declara a cidade como museu e o museu como um laboratório vivo, em que a atenção se volta mais ao ato criador e à realização de atividades experimentais do que ao objeto de arte e seus espaços e dispositivos de exposição.versão online | versão original
- A criatividade liberada: Domingo terra-a-terra, Diário de Notícias (1971)Ao destacar o quarto evento da série, Domingo terra a terra, este artigo explora a radicalidade dos Domingos no contexto artístico da época onde também Frederico aposta que seu caráter revolucionário reside na ação criadora realizada não apenas por artistas mas principalmente pelo público anônimo.versão online | versão original
- Criatividade de maio e os Domingos da Criação do MAM, Suplemento literário, Minas Gerais (1972)Este texto reflete sobre o legado deixado pela série de acontecimentos participativos Domingos da Criação (1971) e sua relação com o ativismo político de maio de 1968 sob o prisma da criatividade social e não do fracasso político.versão online | versão original